A psicologia de massas trata o ser individual como membro de uma tribo, um povo, uma instituição, ou como parte de uma aglomeração que se organiza como massa em determinado momento, para certo fim (FREUD, 1920-1923/2011, p. 11).
As pessoas ganham em coesão e em segurança dentro de um grupo, mas perdem em liberdade de pensar e capacidade de julgamento.
“As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e não vivem sem elas” (Freud).
Conforme Le Bom (p. 13), citado por Freud (2011, p. 13): “O fato mais singular, numa massa psicológica, é o seguinte: quaisquer que sejam os indivíduos que a compõem, sejam semelhantes ou dessemelhantes o seu tipo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o simples fato de se terem transformado em massa os torna possuidores de uma espécie de alma coletiva. Esta alma os faz sentir, pensar e agir de um modo bem diferente do qual cada um sentiria, pensaria e agiria isoladamente.”
Freud (2011, p. 25) cita McDougall (p. 23) argumentando que a condição para que se forme uma massa […] é que os indivíduos tenham algo em comum, um interesse partilhado num objeto, uma orientação afetiva semelhante em determinada situação e (Freud acrescenta: em consequência) certo grau de capacidade de influenciar uns aos outros.
No grupo, há uma exaltação maior das emoções e uma inibição maior do pensamento. O amor, o ódio e a identificação constituem fatores de unidade de um grupo. Lembrando de que o amor é tema importante na psicanálise.
“A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor” (Freud).
Freud (2011, p. 41) discorre que, no fundo, toda religião é uma religião de amor para aqueles que a abraçam e tende à crueldade e à intolerância para com os não seguidores.
Cada indivíduo se acha ligado libidinalmente ao líder, por um lado, e aos outros indivíduos da massa por outro lado (FREUD, 2011, p. 37).
Para Freud (2011), a ligação ao líder é também uma ligação fundada na idealização, de forma que o indivíduo, atraído por esse ideal, vê sua personalidade prestes a desaparecer, a ponto de que o "ideal do ego" representado pelo líder do grupo assume o lugar do "ego" de cada indivíduo.
Cada pessoa faz parte de vários grupos, está ligada por identificação de vários lados e construiu o seu ideal do eu segundo os mais diversos modelos.
Referências Bibliográficas
FREUD, Sigmund. Obras completas, volume 15: Psicologia das Massas e Análise do Eu e outros textos (1920-1923). Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
Footage stock como oferecimento de Ba Wan, do Pond5.
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