Abaixo, um vídeo sobre uma substituição que tem ocorrido de hamsters vivos para virtuais na área do estudo da aprendizagem.
Algumas consequências que são produzidas pelo comportamento aumentam a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer. A psicologia comportamental chama tais consequências de reforço (MEDEIROS e MOREIRA, 2007, p. 51). Feldman (2015, p. 180) discorre que reforço positivo significa acrescentar algo, enquanto reforço negativo significa remover algo desagradável.
Está num processo de reforço contínuo quando há um reforço cada vez que o comportamento acontece. O reforço intermitente do comportamento é mais comum no cotidiano das pessoas. Este segundo processo é conhecido como reforço parcial (GAZZANIGA, HEATHERTON e HALPERN, 2018, p. 244).
O reforço positivo comumente é chamado de recompensa, mas psicólogos evitam tal designação. É importante salientar que um comportamento considerado ruim pode ser reforçado se depois de sua ocorrência houver o acréscimo de determinado estímulo. Tanto o reforço positivo quanto o reforço negativo podem aumentar a probabilidade de ocorrer um comportamento considerado bom e de um comportamento considerado ruim.
Um presente, atenção ou um elogio são exemplos de estímulos que podem ser considerados reforços positivos para alguém. Gazzaniga, Heatherton e Halpern (2018, p. 244) discorram que, em contraste com o reforço positivo, o reforço negativo aumenta um comportamento por meio da remoção de um estímulo aversivo. Reforço negativo não deve ser confundido com punição.
Exemplo de reforço negativo: um filho ajuda nas tarefas de casa todos os dias e, por ter tirado boas notas, a mãe lhe diz que não precisa ajudar nas atividades na sexta-feira. Sendo desagradável para alguém um determinado estímulo, ocorre um reforço negativo quando tal estímulo é removido por causa do comportamento.
Outro exemplo de reforço negativo: uma pessoa aumenta os passos porque quando chega mais rápido a determinado lugar a ansiedade diminui mais rápido. O comportamento de aumentar os passos é reforçado.
O psicólogo David Premack (1959; HOLSTEIN e PREMACK, 1965 apud GAZZANIGA, HEATHERTON e HALPERN, 2018, p. 244) teorizou sobre como se pode determinar o valor de um reforçador. Por exemplo, a maior parte das crianças escolheria passar mais tempo comendo doce do que comendo espinafre. O doce é, portanto, um reforço positivo maior do que o espinafre para elas (GAZZANIGA, HEATHERTON e HALPERN, 2018, p. 244).
Para as pessoas que preferem espinafre ao doce, o espinafre serve como um reforçador mais potente. Além disso, o valor de um reforçador pode variar de acordo com o contexto. Se uma pessoa está com fome, o alimento terá um valor alto como reforçador (GAZZANIGA, HEATHERTON e HALPERN, 2018, p. 244).
De acordo com o princípio de Premack, ocorre de uma atividade mais valorizada reforçar o desempenho de uma atividade menos valorizada. Por exemplo, quando pais dizem a seus filhos: "comam seu espinafre e ganharão a sobremesa" (GAZZANIGA, HEATHERTON e HALPERN, 2018, p. 244).
Psicologia comportamental X Psicologia humanista
Bill e Frank (1972, p. 7) discorrem que, para a psicologia comportamental de Skinner, a realidade é um fenômeno objetivo. Há um mundo construído e a consciência do homem provém deste mundo (o homem é produto do meio).
A conscientização do indivíduo pode provir de suas relações acidentais com o mundo, ou pode-se tentar controlar tais relações para que a consciência não se forme acidentalmente (BILL e FRANK, 1972, p.7).
De qualquer forma, o indivíduo seria manipulado, seja de maneira aleatória por suas relações com a sociedade, seja de maneira determinada pelo controle científico da educação (BILL e FRANK, 1972, p.7).
Já para a psicologia humanista de Rogers, a realidade é um fenômeno subjetivo: cada ser humano reconstrói em si mesmo o mundo exterior a partir de sua autopercepção, que recebe os estímulos (experiências) e dota-os de significado. Há em cada indivíduo uma consciência que lhe permite significar e optar (BILL e FRANK, 1972, p. 8).
Essa consciência autônoma e interna é a liberdade, e o ponto focal da educação deve ser a preservação e o crescimento dessa liberdade (BILL e FRANK, 1972, p. 8).
Referências bibliográficas
BILL, Forisha; FRANK, Milhollan. Skinner X Rogers: maneiras contrastantes de encarar a educação. 8 ed. São. Paulo: Summus, 1972.
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. Porto Alegre: Artmed e McGrow Hill, 2015.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd; HALPERN, Diane. Ciência psicológica. 5. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2018.
MEDEIROS, Carlos; MOREIRA, Márcio. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.